em foco | Genéricos: acessibilidade inquestionável
No mês em que se comemora o Dia do Medicamento Genérico, a Panpharma não poderia deixar de ressaltar a importância desta classe medicamentosa em uma reportagem especial.
Os genéricos são fundamentais para garantir o acesso da população a medicamentos já que, por lei, são 35% mais baratos do que os de referência, mas, na prática, os descontos podem chegar a 60%. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos de Genéricos e Biossimilares (PróGenéricos), a economia gerada pelos genéricos para a população, desde que começaram a ser comercializados, foi de R$ 241 bilhões.
O mercado de genéricos tem um crescimento consolidado no Brasil. Em 2022, por exemplo, tivemos crescimento de 7,76% em unidades, em relação a 2021. Foram mais de 1,8 bilhão de unidades de genéricos comercializadas. “Nossa perspectiva é que esse mercado continue a crescer no País nos próximos anos.”
Os medicamentos genéricos existem há mais de duas décadas, neste período, conquistaram a confiança dos consumidores e prescritores. Para se ter uma ideia, o índice de confiabilidade dos genéricos pelos consumidores é superior a 86%. Dos 20 remédios mais prescritos no Brasil, 15 são genéricos.
“Estima-se que 90% das doenças prevalentes no Brasil podem ser tratadas com genéricos, que dominam o mercado para tratamento de doenças crônicas. Os genéricos correspondem a 73% das vendas de anti-hipertensivos, 79% dos antilipêmicos (controle do colesterol), 65% dos antidepressivos e 72% dos ansiolíticos. Desta forma, os genéricos são muito importantes para garantir o tratamento adequado da população, promover o bem-estar e qualidade de vida das pessoas, além de auxiliarem o Sistema Único de Saúde (SUS)”, destaca a PróGenéricos.
Importância dos genéricos para as farmácias
Trabalhar com genéricos é primordial para garantir o acesso a população e também para transmitir conhecimento de que é possível conquistar um tratamento de qualidade, seguro e eficaz por um preço justo.
“De acordo com uma pesquisa sobre o comportamento do consumidor em farmácias no Brasil realizado pelo Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa (IFEPEC), em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 2022, 29% dos consumidores disseram ir às farmácias comprar medicamentos genéricos, esta foi a resposta mais prevalente entre os entrevistados. Outros 23,9% disseram comprar medicamento de marca mais genérico; 8,9% disseram comprar o medicamentos genéricos, além de outros itens que não são medicamentos; e 6,7% disseram comprar medicamento genérico mais produtos de marca que não são medicamentos”, destaca entidade.
Para o diretor da Unidade de Negócio Genéricos do Aché, Fernando Costa, é importante ter disponível a opção de produto que o shopper busca para que a compra seja feita na sua loja e ele saia satisfeito, aumentando as chances de voltar. Diante disso, é importante considerar a disponibilidade de medicamentos genéricos, pois muitos shoppers o consideram como sua primeira opção no momento da compra. Importante ressaltar que, além de ter o medicamento genérico disponível, é preciso dar opções de laboratórios e preços para que ele escolha a melhor alternativa.
A PróGenéricos diz ainda que a pandemia trouxe consigo uma grave crise econômica em todo o mundo. Diante disso, os genéricos foram ainda mais importantes para reduzir os gastos com medicamentos no orçamento familiar, facilitando o acesso da população a tratamentos.
“Além disso, percebemos uma grande intensificação na procura por medicamentos para tratamento de Saúde Mental, por exemplo. A venda de genéricos das classes terapêuticas dos antidepressivos e ansiolíticos cresceu 56,26% e 18,36%, respectivamente, em dezembro/2022 quando comparado com dezembro/2019 – possivelmente por reflexos do Covid-19 e suas consequências”, ressalta.
29% dos consumidores disseram ir às farmácias comprar medicamentos genéricos
Falando ainda de pandemia, durante algum tempo, o Brasil enfrentou o desafio da falta de matéria-prima no mercado, o que fez com que houvesse uma alta procura pelos genéricos, que ficaram cada vez mais fortes. A situação trouxe à tona a importância de se manter estoques abastecidos. Dessa forma, será possível ofertar o máximo possível de produtos e princípios ativos para assistir o consumidor. “Para a PróGenéricos, está muito claro que o acesso a medicamentos é um dos princípios basilares de saúde pública e deve ser garantido por todos os atores envolvidos no setor de saúde, seja ele público ou privado”.
O diretor da Unidade de Genéricos da Eurofarma, Donino Scherer Neto, acredita também que a variedade e o preço fazem dos genéricos um segmento essencial a ser trabalhado nas farmácias. Considerando as patologias mais comuns, como a hipertensão, por exemplo, os genéricos podem representar um enorme percentual de opções de medicamentos para a doença. “Em casos de medicamentos com ampla demanda, é importante haver uma variedade de alternativas e o gerenciamento consciente de estoque pode ajudar em situações emergenciais”, sinaliza Neto.
Costa, do Aché, acredita que a escolha do medicamento deve ser feita pelo cliente, com respeito à prescrição médica ou à necessidade do shopper, para garantir seu tratamento. “Há mais de dois anos, o Aché investe de maneira consistente em pesquisas de segmentação de shoppers de medicamentos e debatido com varejistas como realizar, da melhor forma, o atendimento no balcão de medicamentos. Com isso, quantificamos que 87% dos clientes da farmácia não gostam de ser influenciados no momento da compra, que valorizam seu poder de escolha, seu tempo e a orientação médica. Seguir apresentando opções apenas a partir das solicitações do cliente e apresentando opções que preservem o ticket médio é uma forma assertiva de preservar faturamento e margem e principalmente a fidelização do cliente.”
Consumo de genéricos na temporada de inverno
Existe uma demanda maior em diferentes épocas do ano para antibióticos e xaropes, já que no inverno, por exemplo, ocorrem mais infecções pelo vírus influenza. Mas, além da gripe, antibióticos e xaropes podem ser usados para doenças como asma, rinite e sinusite. Essas doenças podem ser agudas ou crônicas e isso vai implicar na quantidade de vezes que uma pessoa terá de ir à farmácia comprar estes medicamentos em momentos de crise respiratória.
A Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos) recomenda que as farmácias sempre tenham um leque grande de opções. Quanto maior o número de medicamentos disponíveis no mercado, maior o acesso a populações mais carentes e maior a amplitude que os tratamentos alcançam. Por exemplo, caso um paciente tenha alergia a algum componente da fórmula de determinado xarope, é interessante que haja outras opções terapêuticas para que aquela pessoa não fique sem tratamento.