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Mix de outono e a covid-19

Saber educar os clientes com relação ao autocuidado será uma grande vantagem competitiva na próxima sazonalidade


O ano de 2021 chegou e ainda estamos em um cenário de incertezas sobre o curso que a pandemia do novo coronavírus irá tomar. Somado a isso, tem o início do outono que propicia a incidência das doenças respiratórias levando os consumidores até às farmácias em busca dos MIPs, surgindo também dúvidas a respeito dos sintomas de cada patologia.


A pergunta que não quer calar é: teremos o mesmo impacto de 2020? Dr. Andres Zapata, líder médico da GSK Consumer Healthcare Brasil, responde que ainda estamos em um período muito delicado em que as infecções podem aumentar. 


“Ainda teremos vários meses de infecção significativa ou pelo menos risco de contaminação e, portanto, os cuidados de prevenção devem ser redobrados, em particular o uso da máscara, medidas de higiene pessoal e distanciamento social”, afirma.


Dessa forma, é importante que o varejo esteja preparado para atender as demandas a fim de auxiliar seus clientes e, simultaneamente, trazer resultados para o negócio. 

 

Covid-19 x doenças respiratórias: quais as diferenças?

Dr. Andres explica que no outono o clima começa a ficar um pouco mais seco e os problemas respiratórios surgem na população1,2. Todos são capazes de causar sintomas parecidos com a covid-19, como dor de cabeça, dor de garganta, cansaço, dificuldade de respirar3


“A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem se concentrado, principalmente, em estabelecer uma comparação entre a gripe provocada pelo vírus influenza e a covid-194. Ambas causam doenças respiratórias, mas existem diferenças fundamentais entre os dois vírus e como eles se propagam. Isso tem implicações importantes para as medidas de saúde pública que podem ser implementadas para responder a cada um”, adiciona. 

 

Consumo de MIPs e o novo coronavírus

Segundo o líder médico da GSK Consumer Healthcare Brasil, é crucial saber que nenhum medicamento de venda livre irá realmente tratar o vírus da covid-19, mas esses remédios podem certamente fazer os pacientes se sentirem muito mais confortáveis quando estão doentes. 


Dr. Andres também comenta que houve uma preocupação no início da pandemia de que o ibuprofeno e ativos como ele poderiam piorar os resultados dos indivíduos com o novo coronavírus, mas não há nada que apoie tal fator e, de acordo com as diretrizes atuais de tratamento da OMS, o ibuprofeno e o paracetamol são considerados para aliviar a febre e a dor em pessoas com quadro leve de covid-19. 


“Ainda é essencial mencionar que os MIPs são amplamente conhecidos, com eficácia e segurança comprovadas em anos de utilização, sendo também a primeira escolha para o manejo dos sintomas pelos profissionais de saúde. Porém, mesmo sendo isentos de prescrição, não estão livres de reações e precisam ser usados com atenção, principalmente pelo grupo de risco, cabendo ao farmacêutico aconselhar quanto ao seu uso. Se os sinais persistirem, o médico deve ser procurado”, aponta.


Com relação ao consumo, Thamiris de Souza, gerente de Shopper e Gerenciamento de Categoria da GSK Consumer Healthcare Brasil, mostra que o relacionamento com o segmento de MIPs, especialmente aqueles mais focados em saúde e prevenção, mudou forçadamente com a vinda da pandemia. 


A gerente ressalta que as tendências que já se ouvia falar sobre consumidores cada vez mais concentrados no controle holístico da sua saúde, intensificou-se maciçamente. Multivitamínicos e vitaminas C são exemplos de categorias que entraram nessa onda. 


“Sobre 2021, é difícil realizarmos prognósticos após um ano tão incomum como o que vivemos, contudo podemos esperar não só um outono, mas um próximo ano em que os varejistas ajudem e direcionem mais os clientes em suas jornadas de compra e no entendimento dos benefícios dos produtos”, recomenda. 


Sortimento de outono: como proceder?

De acordo com a gerente de Shopper e Gerenciamento de Categoria da GSK Consumer Healthcare Brasil, existem duas chaves nas quais as farmácias devem estar atentas: cauda longa da categoria e oportunidades de cross. 


No primeiro caso, é apostar nos itens corretos. Claro que é importante ter uma cobertura com todos os SKUs possíveis, visando as melhores oportunidades comerciais disponíveis, entretanto o foco primário deve ser na análise a fim de verificar se os  produtos que fazem o grande peso das vendas estão com boa visibilidade e volume. 


O segundo ponto é começar a pensar desde já nos segmentos/lançamentos que chegarão no inverno e que compõem uma cesta de quem se preocupa com sua saúde completa: vitamina C, multivitamínicos, produtos para garganta, antigripais e outros MIPs que a loja perceba que precisam estar expostos próximos aos demais mencionados. 


“O cuidado em reparar nesses detalhes pode fazer uma enorme diferença de atendimento e, consequentemente, nas vendas”, reforça.


Vendas em um cenário de incertezas

Thamiris explica que educação será a peça-chave para a diferenciação estratégica do aumento das vendas. “Como falamos anteriormente, prognósticos são muito complexos de serem realizados para esse cenário, portanto precisamos juntar o que realmente está nas nossas mãos: clientes querendo mais saúde e uma falta de entendimento da categoria de autocuidado. Dessa maneira, acredito que quem sair à frente no quesito de educação dos consumidores terá grande vantagem competitiva na próxima sazonalidade”, aponta a gerente. 

Referências - Informadas por Dr. Andres Zapata, líder médico da GSK Consumer Healthcare Brasil

1. da SILVA JUNIOR, et al. Efeito da sazonalidade climática na ocorrência de sintomas respiratórios em uma cidade de clima tropical*. J Bras Pneumol. 2011;37(6):759-767.

2. as SILVA JUNIOR. et al. Efeito da sazonalidade climática nas hospitalizações por doenças respiratórias na cidade de Anápolis-GO  entre 2002 e 2012. Rev Educ Saúde. 2016; 4 (2): 31-42.

3. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sobre a doença. 2020. Disponível em: https://coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca. Acesso em Dez. 2020.

4. WHO. Coronavirus disease (Covid-19): Similarities and difference with influenza. 2020. Disponível em: https://www.who.int/westernpacific/news/q-a-detail/coronavirus-disease-covid-19-similarities-and-differences-with-influenza. Acesso em Jan. 2021.