Em foco | Saúde ocular

De olho na categoria de saúde ocular


O excesso de telas, principalmente em tempos de pandemia, pode ocasionar problemas nos olhos, levando os consumidores até a farmácia. Informe-se e potencialize suas vendas


Pandemia, mais tempo em casa e, consequentemente, mais uso de eletrônicos como computadores, celulares e televisão. De acordo com a médica oftalmologista, Dra. Faride Waked Tanos, esse excesso exige um esforço contínuo dos músculos dos olhos, o que causa sintomas importantes de fadiga visual. Se o indivíduo precisa de correção (óculos) e não usa, as consequências são piores. 

Somado a isso, a oftalmologista comenta que concentrar-se nas telas leva a uma redução da frequência do piscar. O ato de piscar é responsável por espalhar a lágrima saudável pela superfície ocular, lubrificando e protegendo-a. Com o aumento do tempo entre uma piscada e outra, há evaporação excessiva da lágrima que é ainda maior em locais com ar-condicionado, intensificando o quadro.

E não tem jeito, tudo que é demais, pode ocasionar problemas de saúde. Dra. Faride, que também é coordenadora do Tear Spa da Visare Rio e da Clínica de olhos do Prof. Renato Ambrósio Jr., exemplifica: “A síndrome da visão do computador (SVC) é uma condição caracterizada por sintomas associados à utilização prolongada do computador como fadiga ocular, olhos vermelhos, fotofobia, dor de cabeça, flutuação visual entre outros. Já a síndrome do olho seco é uma doença multifatorial da superfície ocular e pode estar ligada a várias patologias inflamatórias, reumatológicas e dermatológicas. Uma parcela crescente dos brasileiros têm sinais. Desses pacientes com olho seco, uma parte menor apresenta situações mais graves que são capazes de levar à perda de visão. Daí a relevância de se educar a população para que procure o oftalmologista aos primeiros indícios”.

Diante desse quadro, é crucial que o varejo farmacêutico saiba mais sobre o assunto e tenha um mix completo para atender a demanda. Para  Vagner Nogueira, vice-presidente comercial para a linha de saúde humana da União Química, oferecer uma gama grande de produtos dedicados à saúde ocular faz com que a loja passe a ser vista como um ponto de venda especializado no tratamento dos problemas dos olhos. “Normalmente, quando um cliente vai ao estabelecimento para comprar um item para os olhos, acaba se interessando em adquirir artigos de outras categorias diferentes para o seu dia a dia”, acrescenta.

Cinthia Ribeiro, diretora de marketing OTC Genomma Lab, complementa mostrando que muitas pessoas sofrem de ressecamento ocular, mas não sabem tratar e se prevenir. “Além disso, poucos buscam atendimento médico já que os sintomas são leves. Há muito espaço para ampliar a comunicação sobre o cuidado com os olhos e, consequentemente, acelerar as vendas e faturamento nas farmácias”, afirma.

Saúde ocular nas prateleiras das farmácias

Segundo a diretora de marketing OTC Genomma Lab, para trabalhar a categoria de forma efetiva no canal farma, é preciso, em primeiro lugar, levar conhecimento ao público, visto que o segmento de lágrimas artificiais é complexo e nem sempre as indicações de cada marca estão claras no PDV. 

“Uma campanha educativa sobre olhos ressecados e o destaque nas prateleiras para ‘lágrimas artificiais’ seria muito importante. A Genomma Lab aposta na comunicação como a melhor estratégia para oferecer ao consumidor a informação que necessita para tomar suas decisões”, aponta.

Quando o assunto é sortimento, o vice-presidente comercial para a linha de saúde humana da União Química recomenda apostar nas principais marcas, na variedade de apresentações (pomadas, tópicos, no caso de medicamentos) e em tamanhos de embalagens, além de novidades para atender aos variados perfis de clientes. “Em todos os casos, porém, é fundamental ter cuidado e conhecimento sobre as indicações, já que são medicações e, mesmo que aliviem os sintomas, podem não tratar a doença, apenas mascarando os sinais”, adiciona Vagner.

 

Exposição assertiva para vender mais

De acordo com Cinthia, é interessante expor as marcas por gradiente de preços e ter atenção para não colocar lado a lado produtos com diferentes indicações. Um item antialérgico não deve estar perto de um lubrificante para não gerar uma compra errada e, mais grave ainda, um tratamento inadequado. Os soros fisiológicos podem ficar próximos aos lubrificantes, desde que seja bem sinalizada a diferença das categorias.

“Além disso, é válido incluir as lágrimas artificiais em pontos extras. Muitos consumidores possuem ressecamento ocular, mas como esse problema não está relacionado à doença ou sintomas graves, não se lembram de comprar. Os espaços extras contribuem para essas aquisições não planejadas, pois quando o cliente vê o produto recorda que tem sentido os olhos ressecados e acaba adquirindo. Há ainda falta de informação sobre os benefícios desses itens e muitas pessoas sentem os incômodos do ressecamento nos olhos e não sabem que há uma solução para isso”, afirma. 

Vagner também ressalta que os colírios medicamentosos, como os antialérgicos, anti-inflamatórios, antibióticos, entre outros, sejam dispostos atrás do balcão por serem prescritos. 

“Não se pode esquecer daqueles que necessitam cautela com a temperatura, precisando ser armazenados em refrigerador exclusivo para essa finalidade, mantidos entre +2°C e +8°C, a fim de garantir a integridade e qualidade. Nesse momento, o paciente deve ser orientado a respeito dos cuidados de conservação. Vale salientar que, para buscar o aumento das vendas, é ideal pensar em estratégias e ações de trade marketing, aproveitar os espaços especiais dentro da farmácia para autopromoção, investir em campanhas (sazonais e não sazonais) e em marketing digital”, conclui o vice-presidente comercial para a linha de saúde humana da União Química.