espaço na farmácia | Cuidado da pele com tecnologia
Uma das categorias que mais tem se destacado entre os itens de Higiene & Beleza (H&B) no varejo farmacêutico é a de dermocosméticos. Aliada da pele dos consumidores e, ainda, dos lucros dos farmacistas, os produtos que a englobam têm feito a diferença para quem decide agregá-los ao portfólio de sua farmácia, desde que, haja um perfeito entendimento por parte do shopper sobre o tipo de benefício que eles, do alto de toda a sua tecnologia, são capazes de oferecer.
No inverno, essa demanda é ainda maior pois a cútis fica desidratada. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), nos meses mais frios, a pouca umidade e as baixas temperaturas levam à diminuição na transpiração corporal. Além disso, nesta época, é comum que as pessoas tomem banhos mais quentes, que provocam uma remoção da oleosidade natural de forma mais intensa, diminuindo o manto lipídico que retém a umidade da pele.
Tanto a pele do rosto quanto a do corpo estão sujeitas ao ressecamento no inverno. O clima frio e seco pode deixá-las com aspecto esbranquiçado, o que indica a desnaturação das proteínas.
Entre os problemas mais comuns estão:
Dermatite seborreica: ocorre principalmente nas regiões que contenham pelos, como face e couro cabeludo. É uma descamação da pele causada pela desregulação sebácea. Os sintomas são a produção de oleosidade, descamação e prurido (coceira).
Dermatite atópica: o principal sintoma é a coceira, que pode começar antes mesmo das lesões cutâneas se manifestarem e pode atingir a face, tronco e membros. Em adultos, as lesões localizam-se preferencialmente nas áreas de dobras da pele, como a região posterior dos joelhos, pescoço e dobras dos braços. A pele destes locais torna-se mais grossa, áspera e escurecida.
Psoríase: doença da pele relativamente comum, crônica e não contagiosa e que atinge igualmente homens e mulheres, principalmente na faixa etária entre 20 e 40 anos. Fenômenos emocionais são frequentemente relacionados com o seu surgimento, provavelmente atuando como fatores desencadeantes de uma predisposição genética para a doença. Mas a real causa da psoríase ainda é desconhecida.
“A categoria de dermocosméticos tem o intuito de oferecer os melhores produtos para cuidar da pele. Para isso, é necessário alto investimento em inovação, entregando assim os melhores tratamentos. Além disso, os dermocosméticos apresentam fórmulas complexas e com altas concentrações de ativos, por isso, é importante que sejam elaborados por empresas confiáveis”, explica o head de trade marketing da Genomma Lab Brasil, Fábio Pietracatelli Asquino.
Atualmente, o portfólio de dermocosméticos das indústrias é vasto, por isso, é preciso escolher um que se adeque ao público consumidor da farmácia para definir o mix. “As maiores redes podem possuir uma quantidade maior de fornecedores; já as médias e pequenas devem escolher, no mínimo, três indústrias de mais renome ou que correspondam ao perfil do seu público-alvo para trabalhar com mais foco; evitando investir muito capital nessa categoria. A inclusão de mais parceiros deve seguir a capacidade de investimento do farmacista e a possibilidade de qualificar seus funcionários para o atendimento adequado (abordagem, diálogo e diagnóstico, e, ainda, a recomendação e conclusão de venda)”, orienta a consultora especializada em varejo farmacêutico, Silvia Osso.
Segundo ela, as necessidades podem variar entre regiões e tipos de público. Portanto, entender seus consumidores é fundamental para definir o mix de produtos ideal para a drogaria. Ele deve ser construído conforme o perfil da região do ponto de venda (PDV) e alinhado aos possíveis parceiros e shoppers. Além disso, o modelo de varejo também influencia. Se a loja tem estratégia mais voltada ao modelo popular de drogarias, provavelmente não trabalha com dermocosméticos.
“A palavra-chave aqui é: assertividade. Pequenos e médios varejistas precisam se atentar ainda mais no que realmente importa quando a questão é sortimento. Eles precisam ter um grande foco na necessidade dos seus shoppers e consumidores, já que, não necessariamente, ter muitos produtos em gôndolas resultará em maiores vendas. Entender o que é essencial, o que é complementar, o poder dos lançamentos e, principalmente, estar atento contra as rupturas e baixos níveis de estoques são ações fundamentais para disponibilizar uma variedade correta para alavancar seu faturamento”, complementa Asquino, da Genomma Lab Brasil.
E mesmo as pequenas farmácias não devem deixar de lado os dermocosméticos. De acordo com dados do Close-Up International, no MAT 06/21, o percentual de crescimento da categoria foi de 11%, com 192.884.136 unidades vendidas.
Para a diretora comercial do Grupo Pierre Fabre, Ana Magri, o mercado de dermocosméticos é um mercado rentável que cresce a duplo dígito ano após ano, movido por muito estudo científico e inovações. Outro aspecto positivo é o público brasileiro, pois mais de 70% dos consumidores apresentam pele oleosa a acneica, além da tendência de maior cuidado com a pele.
De acordo com o executivo, da mesma forma que a rotina de skincare possui um passo a passo, a organização das gôndolas deve seguir a mesma ordem, sendo ela: Limpeza, Sérum, Hidratação, Contorno dos Olhos e Proteção Solar. Lembrando sempre de posicionar os produtos na altura dos olhos.
“Com uma execução impecável na gôndola, aumenta-se consideravelmente a chance de o consumidor fazer compras por impulso, visto que, ao procurar o produto que já estava em seu desejo inicial, ele pode acabar por encontrar produtos complementares ao seu produto destino”, afirma.
Além disso, outro fator de extrema importância, está relacionado aos materiais de PDV. Pois, além de detalhar melhor o uso dos produtos e seus benefícios, eles chamam a atenção do consumidor para determinados itens e lançamentos – que hoje são os grandes drivers do mercado.
Entre os produtos de maior importância para os pequenos e médios varejistas, diz a gerente de trade marketing da Isdin, Camila Magalhães, estão os das categorias de fotoproteção, hidratação, anti-idade e acne, que são as necessidades mais procuradas pelos consumidores de dermocosméticos. “Após garantir a presença, expor esses itens em uma área organizada e de destaque e treinar a equipe da loja são passos fundamentais para aumentar as vendas da farmácia.”
Esse treinamento pode ajudar a aumentar o tíquete e conquistar os clientes que estão em busca de produtos, mas que não têm um direcionamento médico para tal. A gerente nacional de trade marketing da TheraSkin Farmacêutica, Marcela Aranha, complementa ao dizer que no inverno, os consumidores podem buscar por produtos que não estão habituados, como um hidratante para peles extremamente secas ou um item que atenda peles sensíveis devido às agressões que o inverno pode ter causado na pele.
Tipos de dermocosméticos para o mix do pequeno e médio varejista
Não se faz opção por tipo de produto para compor o mix e sim por fabricantes que mais se adequam às necessidades desta ou daquela farmácia ou drogaria. O importante é ter um número definido de fabricantes e sua linha completa, visto que quando os dermatologistas prescrevem os produtos, o fazem pelo fabricante e produtos que sejam mais específicos para esta ou aquela paciente.
Fonte: consultora especializada em varejo farmacêutico, Silvia Osso