especial GC | Lesões musculares e contusões aumentam no verão

especial GC | Lesões musculares e contusões aumentam no verão

verão é uma estação que incentiva a prática de exercícios físicos, o que é extremamente positivo. O perigo está nas pessoas sedentárias ou que passaram o inverno em pausa da prática esportiva e decidem se exercitar sem preparo ou orientação profissional. Tudo isso aumenta os riscos de lesões e surgimento de contusões no “atleta de verão”.
“Inúmeros fatores aumentam a chance de uma lesão, principalmente se for um praticante amador, que não tem conhecimento adequado para realização das atividades que deseja. A falta de um condicionamento adequado e a prática equivocada de determinados exercícios estão entre as causas mais comuns de lesões”, descreve o ortopedista e traumatologista, fundador do Instituto Sem Dor, Dr. Anderson Alves Dias.
Entre as atividades esportivas que mais apresentam risco estão as coletivas e de contato, como o futebol, o basquete, o handebol, o vôlei e as lutas em geral.
As lesões podem ser divididas em dois grandes grupos: traumáticas ou por sobrecarga. As lesões traumáticas ocorrem devido a um acidente, como quedas, torções ou pancadas (trauma direto). Já as lesões por sobrecarga ocorrem devido ao esforço excessivo, que pode ocorrer rapidamente (aguda) ou de forma cumulativa (crônica).
“A primeira lesão é a traumática, quando uma pessoa sai para correr, por exemplo, torce o pé, escorrega e cai. Ou em um jogo de futebol ou basquete, que ao ter um contato, acaba se lesionando. Depois vêm as lesões por esforço, como distensão muscular, comuns por movimento mais abrupto por falta de condicionamento físico”, enumera o médico do esporte e fisiatra do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Espírito Santo (HCUFES), Dr. Fabrício Buzatto.
As entorses ou torções no joelho e no tornozelo, com consequente comprometimento de tendões e ligamentos dessas articulações, são as mais frequentes.
Logo após se lesionar, é recomendado que o atleta interrompa o exercício praticado e faça repouso com aplicação de gelo por aproximadamente 20 minutos. “Há também a possibilidade de usar o aerossol “ice”, que deve ser aplicado sobre uma toalha e, em seguida, no local machucado. As bolsas de gelo instantâneo, tipo “icebag”, são descartáveis, de uso imediato, e podem ser usadas por até 40 minutos. Depois de ativadas, diminuem a temperatura em até -3ºC”, diz o Dr. Dias, do Instituto Sem Dor.
A utilização de bolsas de gelo aplicadas no local, principalmente após a ocorrência dos machucados, por um tempo restrito e repetidamente, em média, três vezes ao dia, nos dois primeiros dias, reduz o inchaço e a dor, além de limitar a extensão da lesão.
“Pode-se usar medicamentos de uso tópico com fármacos e adesivos térmicos. Além disso, pode ser necessária a proteção do membro com um imobilizador, compressão com ‘esparadrapagem’ ou faixa e elevação, dependendo do tipo de lesão. Já os analgésicos e anti-inflamatórios podem ser utilizados para o tratamento, que vão diminuir ou acabar com as manifestações do processo de dor e inflamatório, como calor, rubor e dor”, explica. 

Gerenciamento 
da categoria 
Dor & Contusão

Com isso, farmácias e drogarias devem manter em estoque marcas e formatos diversos da categoria Dor & Contusão, como comprimido/cápsula, pomada, gel e aerossol. De acordo com a sócia fundadora da Mind Shopper, Alessandra Lima, essa categoria tem muito potencial e muita oportunidade nesse sentido.
“Em uma visão tática, no ponto natural é fundamental ter uma gôndola onde esteja clara a segmentação dos produtos para esta finalidade, organizada por grupos, como alívio da dor cotidiana, contusão e dores articulares, com o máximo de detalhamento possível da categoria.”
A especialista diz ainda que o objetivo é fazer com que isso traga clareza de finalidade de uso desses tipos de produtos. “Quando falamos de exposição, é recomendado colocar na área nobre os itens mais rentáveis até os de menor giro. Vejo um erro recorrente: muitas vezes, têm itens de menor penetração, como uma bolsa térmica ou um grupo de produtos ortopédicos, que são de ticket alto, que acabam ficando lá embaixo e não geram interesse de compra”, pontua Alessandra, que complementa: “Se não damos interesse dele ser visto espontaneamente, passam despercebidos. Como esses produtos têm potencial de alavancar a compra, ficar em local de melhor visualização é uma prática recomendada”, afirma.
Alessandra lembra que os produtos mais consolidados podem ficar em uma zona intermediária de exposição.  Os remédios voltados para dor de marcas mais conhecidas trazem fluxo para a gôndola. 
A consultora recomenda também que a categoria Dor & Contusão seja associada aos itens relacionados a esportes, como os suplementos. Essa é uma categoria que vem crescendo muito na farmácia, afirma Alessandra, que está totalmente direcionada à prática de esporte e faz sentido abrir um espaço na gôndola para ela, que vai facilitar a experiência de compra. “E colocar lá os itens que mais vendem e geralmente associados à marca líder de referência”, destaca.

Mala de verão

Os produtos de Dor & Contusão podem entrar também na lista da mini farmácia para o momento férias. “Pode-se criar uma exposição diferenciada pensando nesta ocasião e, inclusive, puxando para produtos com embalagem reduzida para viagem, como os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) maduros, que passam por analgésicos e itens para dor e contusão”, explica Alessandra.
As farmácias que usam tabloides podem criar promoções específicas para esta sazonalidade e fazer uma cesta de itens para dores e contusões, pelo menos os principais da categoria, no rol de produtos que entram com desconto diferenciado, uma promoção por tempo limitado ou um tabloide especial de verão. 
A mais recente pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos encomendada por Novalgina, da divisão de Consumer Healthcare na Sanofi, mapeou os hábitos de cuidado com dor dos brasileiros. Entre as medidas de autocuidado mais mencionadas pelos entrevistados estão descanso (69%) e uso de medicamentos sem prescrição médica (64%).