O seu PDV | 2022: o que está por vir?
Com a velocidade das mudanças, é essencial acompanhar as tendências, em especial, aquelas que estimulam as vendas no varejo, principalmente quando todos estão tentando entender como o País se comportará no pós-pandemia.
Com o intuito de compreender o novo cenário desafiador e apontar as principais tendências para 2022, é preciso lembrar que a pandemia alterou o comportamento de compra dos brasileiros e muitos, pela força da circunstância, se tornaram digitais. Assim, a empresa precisa estar preparada para interagir e vender por diferentes canais.
“O fato é que no pós-pandemia teremos um shopper mais exigente, mais informado, menos paciente e com mais opções. Assim, é fundamental fazer o básico bem-feito, como ter o produto certo, na loja certa, na quantidade certa, com o preço certo. Para isso, é fundamental ter parceiros de negócios que garantam este abastecimento contínuo até porque será a experiência que fará a diferença”, recomenda o cofundador da Inteligência 360º, Olegário Araújo.
Segundo o especialista, a pandemia também nos levou a colocar foco nas pessoas e nas equipes de atendimento, que são fundamentais no canal farma. Elas se tornaram mais relevantes ainda, especialmente nesta transição da farmácia enquanto loja de produtos para um hub de serviços. “Não por acaso, a atenção farmacêutica tem crescido”, lembra Araújo.
A importância da colaboração também se destacou. “Este é o momento de o varejo reforçar suas parcerias com fornecedores com o compartilhamento de informações, estabelecer uma maior previsibilidade nas compras e ter negociações mais estratégicas. A negociação totalmente transacional é focada no curto prazo e implica muito tempo em energia por economias que talvez não sejam relevantes. A pior consequência é não ter tempo para inovar e se diferenciar. Novas ideias para desenvolver o negócio virão da colaboração, mas isso implica em usar parte do tempo para pensar de forma criativa.”
Desempenho do setor
Em relação ao crescimento, o mercado farmacêutico não terá grandes alterações do que foram os últimos anos, na casa de dois dígitos.
O mercado é muito resiliente e ainda tem grandes perspectivas de crescimento em função de fatores variados, como o envelhecimento da população e a chegada de mais opções de produtos. Contudo, o presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácia (Febrafar), Edison Tamascia, acredita que para 2022 a digitalização se intensificará, sendo uma necessidade para as farmácias. “Devendo pensar nessa digitalização como um movimento que leva em conta a farmácia em 360°, é preciso que se tenha a tecnologia atuando em todas as áreas possíveis.”
Ele destaca que é importante lembrar que o medicamento é uma necessidade básica, mas o consumo parte de uma orientação médica, assim, não se tem grandes alterações nesta movimentação. “Sei que as pessoas sempre esperam grandes mudanças em função de períodos marcantes como o atual, mas o mercado está sempre em modificação e o caminho para o crescimento é estar atento o tempo todo, como sempre digo, o mercado não é nem pior nem melhor do que foi no passado, apenas os desafios é que são outros”.
O presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, diz que atrair, engajar e fidelizar os consumidores é o maior desafio. “O custo de aquisição de clientes aumentou muito durante a pandemia, porque eles foram para o digital e a mídia digital tem ficado cara. Engajar e fidelizar não tem sido simples. Os programas de fidelidade cresceram, as estratégias de CRM também e as empresas estão aprendendo a valorizar o cliente ao longo do seu ciclo. Quanto vale meu cliente ao longo do tempo?”, questiona.