o seu pdv | Gripes e resfriados: entender os diferenciais entre as doenças é fundamental
Com a aproximação do inverno, a temperatura fica mais baixa, o ar fica mais seco e há uma tendência maior de que as pessoas se aglomerem em ambientes fechados, com pouca ventilação, deixando-os mais suscetíveis à proliferação de vírus e bactérias.
É sabido que os vírus e as bactérias são transmitidos pessoa a pessoa por meio da inalação de perdigotos (gotículas contaminadas de saliva que são impelidas, geralmente por meio de um espirro, e que acabam por ser depositadas na conjuntiva, mucosa nasal, boca ou pele íntegra, produzindo colonização, podendo ser gerados ainda pela fala, tosse e na realização de procedimentos como aspiração e broncoscopia. São fonte de propagação de moléstias). Quando uma pessoa infectada espirra, podem ser encontrados vírus vivos e contagiosos nas partículas salivares. “No inverno, os ambientes fechados e amplos favorecem a não circulação desses vírus (o que propicia sua menor concentração e a não disseminação), o que facilita a transmissão entre a sociedade”, explica a otorrinolaringologista especialista em crianças pela Universidade de São Paulo (USP), professora da Faculdade de Medicina de Jundiaí, Pesquisadora da Coorte Zika Vírus da Faculdade de Medicina de Jundiaí e doutoranda em imunologia nas crianças portadoras de Síndrome de Down, Dra. Viviane Pandini. Segundo a médica informa, a dificuldade se dá justamente pelo poder do vírus em sobreviver após um espirro, por exemplo. Existem vírus que são mais resistentes e demoram mais a morrer, outros menos. Daí, os diferentes alcances com diferentes doenças. “Os vírus mais resistentes tendem a abranger uma geografia maior. Se espalham mais. Os menos resistentes ficam restritos a áreas menores. Mas desenham quase sempre os mesmos sintomas com diversas intensidades de manifestação.”
A pneumologista pela Universidade de Campinas (Unicamp), Membro da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e Membro da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), Dra. Flávia Oliveira Magro Cardoso, lembra ainda que o tempo seco e a baixa umidade relativa do ar são fatores que contribuem para a proliferação de gripes e resfriados. Com isso, há uma redução dos mecanismos de defesa do organismo, porque ele passa a precisar de mais energia para manter a temperatura do corpo, o que reduz a imunidade, facilitando a entrada de vírus e bactérias no organismo. “Outro fator importante é que, com frio, temos acúmulo de muco nas vias aéreas, porém, com dificuldade de transporte desse muco das vias áreas inferiores para as superiores, fazendo com que a proliferação de vírus e bactérias aumente com mais facilidade”, diz.
De acordo com a Dra. Flávia, durante os meses mais frios, a incidência das doenças de inverno, principalmente as respiratórias, aumentam cerca de 30% a 40%. “Crianças, idosos e pacientes com doenças respiratórias crônicas como Asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) são considerados os grupos com maior risco de complicações.”
Portanto, é fundamental que os farmacêuticos estejam preparados para atender as dúvidas mais frequentes dos pacientes sobre o assunto.
Gripe, resfriado ou Covid?
Por definição, resfriado é diferente de gripe. A sintomatologia é outra. O resfriado é causado principalmente pelo rinovírus e adenovírus, que traz sintomatologia semelhante, porém, mais branda, com resolução por volta de cinco a sete dias. Os sintomas são: dor de garganta, coriza, espirro e febre baixa. Já a gripe é causada por outros tipos de vírus, mais de 200, sendo, o influenza e o coronavírus os mais comuns. Apesar da sintomatologia ser semelhante, o período é maior, tem duração de cinco a sete dias, apresentando coriza, febre alta, dor de garganta, dor de cabeça, congestão nasal e calafrios. O tratamento das duas doenças é feito com analgésicos, lavagem nasal e descongestionante nasal, se necessário.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a gripe compromete, de forma grave, cerca de 3,5 milhões de pessoas ao ano. A cronicidade da infecção, ou seja, a não melhora do acometido, pode evoluir para rinossinusite (popularmente conhecida como sinusite) e pneumonia. Graves complicações de rinossinusite podem ter como desfecho a meningite. Esta, por sua vez, pode ser causada por outro tipo de vírus e também bactérias, com outra epidemiologia.
Agora, há ainda o Covid, que também tem sintomas parecidos, causado pelo Sars-CoV-2, da família dos coronavírus, veja a seguir as principais diferenças entre as doenças:
Gripe: é aguda, surge de um dia para outro com sintomas fortes, como febre alta e intenso mal-estar.
Resfriado: a evolução é lenta e os sintomas são mais leves, como uma febre baixa por exemplo. Costuma melhorar em poucos dias.
Covid: a evolução geralmente é gradual, com quadro agravado após o oitavo dia, quando há complicações. Outro diferencial importante é a falta de paladar, muito comum em pessoas com Covid-19, bem como a falta de ar e o cansaço.
Como trabalhar o mix de gripes e resfriados dentro das farmácias
Com a troca de estações é fundamental repensar a exposição e dar destaque aos itens que tendem a ter maior demanda no período, além dos lançamentos da nova temporada. Vale apostar em materiais de ponto de venda (PDV), ponta de gôndolas, ilhas e totens para o checkout.
Para que a farmácia aproveite a sazonalidade, é necessário que o estabelecimento esteja preparado para receber seus clientes com o mix correto e organizado. Revisar o planograma da loja faz toda a diferença para produtos sazonais.
Não se pode esquecer de abastecer as gôndolas com: antigripais, antitérmicos, vitaminas, termômetros, álcool gel, lenços descartáveis, pastilhas e xaropes.
Fonte: sócia fundadora da Mind Shopper, Alessandra Lima
Dicas de prevenção aos consumidores
- Manter-se agasalhado.
- Evitar exposição a baixas temperaturas.
- Lavar bem cobertores e roupas guardadas, pois a poeira e os ácaros presentes podem causar irritações e alergias.
- Manter os ambientes bem ventilados.
- Evitar locais fechados com aglomeração de pessoas.
- Lavar as mãos frequentemente e fazer o uso de álcool gel.
- Tomar as vacinas recomendadas para cada época do ano e faixa etária ou grupo de risco.
- Procurar um médico, sempre que sentir sintomas de doenças respiratórias, como: febre, tosse, espirros ou dores no corpo.
- Possuir bons hábitos alimentares e praticar exercícios físicos.
- Tapar boca e nariz ao tossir ou espirrar.
Fonte: pneumologista pela Universidade de Campinas (Unicamp), Membro da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e Membro da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), Dra. Flávia Oliveira Magro Cardos
Testes rápidos para detecção de Covid ou gripe: resultados precoces auxiliam no tratamento adequado
Os testes rápidos ganham força no mercado farmacêutico e se configuram como excelentes alternativas de auxílio para a população, que pode ter resultados rápidos, sem a necessidade de esperar por agendamentos para a realização e, dependendo do caso, cerca de cinco dias para os laudos.
Atualmente, estima-se que 70% das decisões clínicas são influenciadas por resultados laboratoriais e de diagnósticos. Isso mostra como a área vem se tornando cada vez mais importante no apoio às decisões clínicas, gerando mais eficiência no processo e nas estratégias de saúde pública e privada.
Quanto mais disponível, fácil e simples for a testagem, melhores serão os resultados de controle e segurança das comunidades. Neste sentido, as farmácias conseguem chegar a muitos locais e ampliar o acesso da população ao diagnóstico rápido.
Os autotestes e testes rápidos ganharam maior relevância por conta da pandemia provocada pelo Covid-19, desde que puderam ser realizados pelas farmácias, e mais recentemente, quando os autotestes foram liberados para a população em geral.
Nas farmácias, os testes rápidos e autotestes contribuem para tornar mais ágil e efetivo o acompanhamento farmacoterapêutico, visando os melhores resultados das terapias medicamentosas. Também possibilitam, aos estabelecimentos de saúde, contribuir com os sistemas de saúde no rastreamento de casos suspeitos de diversas doenças, como gripe e Covid. Identificar corretamente o problema faz toda a diferença para garantir o tratamento adequado e a boa recuperação do paciente.
Fonte: Conselho Federal de Farmácia (CFF)