o seu pdv | Novas tecnologias ampliam diferencial competitivo no varejo farmacêutico
A transformação digital tem promovido uma verdadeira revolução em, praticamente, todos os setores, e no varejo farmacêutico não é diferente. A pandemia de Covid-19 acelerou o processo de digitalização nesse segmento, e o uso da tecnologia tem se assumido, cada vez mais, como um diferencial competitivo que aprimora o atendimento ao cliente.
Segundo o especialista em Tecnologia e Inovação e em TEDx speaker, além de autor do livro Conveniência é o Nome do Negócio, Arthur Igreja, as principais tecnologias que estão impactando o varejo farmacêutico são as que, no final das contas, estão impactando todos os setores, como a inteligência artificial (IA) e, especialmente, a IA generativa, que é o grande tema de 2023. Mas, além disso, há um amadurecimento de tecnologias como o blockchain, a realidade virtual - que começa a ganhar um novo impulso. E, claro, a biometria é um grande tema para reduzir atritos na experiência de consumo e na identificação dos consumidores.
“A IA pode ser aplicada no varejo de várias formas, uma delas é justamente encontrar otimizações. E a IA é incrível nisso, ou seja, se há dados dos processos é possível encontrar gargalos que podem ser otimizados, por exemplo, estoque, sortimento e como melhorar a categorização de produtos. A IA é fantástica, ainda, na geração de conteúdo, para fazer promoção tanto da empresa como do produto, e também no relacionamento com o consumidor. Quanto mais dados estiverem disponíveis de um determinado consumidor, mais ela é capaz de melhorar o relacionamento, criando ofertas customizadas e melhorando a fidelização”, explica o especialista.
O atendimento de robôs, seja por meio de chatbots ou assistentes virtuais, já é uma realidade inegável, que pode, de acordo com Igreja, melhorar o varejo farmacêutico, principalmente, no quesito disponibilidade, visto que funciona 24 por 7. Nesse aspecto é algo extremamente útil.
“E acredito que o principal ponto além disso é aumentar a capacidade de omnicanalidade, ou seja, onde se consegue ter mais opções de atendimento, não só depender do atendimento por meio de telefone ou do físico. É bastante interessante no caso dos assistentes virtuais, de criar uma experiência cada vez mais realista, com voz e diversos aspectos”, fala Igreja.
Sobre sistemas automatizados no varejo farmacêutico, visando benefícios para pequenos e médios varejistas, principalmente, a vantagem é justamente não depender de processos que têm pontas em aberto. Com a automação, os processos são muito mais assertivos, com menos desperdícios, mais aumento de produtividade, melhoria em ganhos de escala e economia.
Prevenção de perdas e controle de estoque
As tecnologias de reconhecimento facial e Identificação por Radiofrequência (RFID) podem contribuir significativamente para o controle de estoque e prevenção de perdas no varejo farmacêutico. Segundo Igreja, especialmente o RFID, pode ajudar muito, pois, o tempo inteiro há a capacidade de fazer rastreamento de movimentação de estoque e contagem. Já o reconhecimento facial auxilia na segurança, no controle, e tem o produto certo para a pessoa certa.
“O RFID é fantástico para controle de estoque e oferece muito mais assertividade, com o controle da questão dos prazos de validade, que é um grande problema, para que não se tenha perdas e sem contar no setor farmacêutico, que tem todo o quesito de fazer o correto descarte, que não é barato. Quanto melhor o controle de estoque, melhor o ciclo financeiro e a redução ou eliminação do ciclo de perdas”, afirma o especialista.
O desafio de pequenos e médios varejistas na adoção de novas tecnologias é compreender que não é algo exclusivo para os grandes. Eles precisam se conscientizar de que é preciso testar, experimentar, independentemente do tamanho do negócio. Quem fizer isso antes terá uma vantagem competitiva importante.
Os custos envolvidos na implementação de novas tecnologias são extremamente variáveis. Segundo Igreja, existem algumas com valor bastante elevado, que são proibitivas, assim como softwares que são muito acessíveis, muito perto de zero, em que é possível escalar conforme o uso. A questão é investigar, ter essa curiosidade, conversar com outras redes, com outros colegas, trocar o mindset de que todo mundo é concorrente. “Não dá para imediatamente colocar a restrição do custo como um impeditivo, como um imperativo de que não dá para fazer”, atesta.
Aplicação de tecnologias na prática
De acordo com o especialista em Tecnologia e Inovação e em TEDx speaker, além de autor do livro Conveniência é o Nome do Negócio, Arthur Igreja,
já faz algum tempo que se pode observar as
vending machines no setor farmacêutico, que é um negócio que chama a atenção. Existem aplicativos que são extremamente fluidos e que passam muito pelas movimentações que a própria Amazon está fazendo nos Estados Unidos, com o Amazon One, mas passa também por outras iniciativas de
self-checkout de uma forma mais expressa, usando a imagem e muita inteligência artificial.
Igreja confirma que existem muitas ferramentas sendo testadas e implementadas. Para os varejistas, é fundamental acompanhar as tendências de perto para poder avaliar o momento de utilizá-las em um negócio no Brasil, de qualquer porte - pequeno, médio ou grande.
“Os casos de sucesso são, especialmente, de empresas que acabam tendo muito mais eficiência, conseguem ter uma lucratividade maior, uma vida financeira muito mais saudável, fidelização, contam com um estoque que honra com a expectativa do consumidor. São essas empresas que, no final das contas, são mais eficientes, fazem melhor uso dos dados, são mais enxutas e, em razão disso, conseguem ter uma performance mais saudável”, sentencia.