O seu PDV | Um novo ano, um novo plano
Para começar um novo ano, é fundamental que seja feito um planejamento estratégico para que as diretrizes sejam estabelecidas e mais que isso, acompanhadas durante o ano todo.
Mas o que é de fato o planejamento estratégico?
De acordo com o cofundador da Inteligência 360º, Olegário Araújo, o planejamento estratégico é a construção de um mapa. É saber onde está, onde quer chegar e como vai chegar lá. A estratégia é a bússola. “A estratégia implica em fazer escolhas e principalmente o que não fazer. Para fazer o planejamento estratégico, o ideal é que a empresa tenha claramente definido um propósito que justifique a existência dela no mercado. A visão é fundamental porque permite apontar onde se quer chegar”, ensina.
Mas, para construir o planejamento estratégico, a empresa precisa responder algumas questões essenciais, como:
1. Qual é o propósito, a visão, a missão e os valores? São operacionalizáveis? A equipe de linha de frente consegue entender e praticar? A liderança é um exemplo a ser seguido?
2. Quem são nossos clientes? Quais são suas necessidades e expectativas? Quais são suas ocasiões de consumo, missões e jornadas de compra? O que é importante para os nossos clientes e qual o grau de satisfação com o que oferecemos? Quais potenciais clientes não compram na nossa empresa e por qual razão?
3. Quais são os resultados? Que iniciativas deram melhores resultados e que é possível elevar? O que precisamos criar? O que devemos reduzir ou eliminar? Que valores precisam ser revistos? O que vamos fazer para atrair e reter talentos que colocaram a estratégia em ação?
4. Como preservar a essência e estimular o progresso?
Araújo diz que o ideal é que a empresa construa cenários porque não se tem certeza do que virá. Isso pode variar. Há empresas que fazem planos para dez, cinco, três e até um ano. Segundo ele, o mais importante é que o plano tenha metas SMART ou seja Específicas, Mensuráveis, Acionáveis, Relevantes e bem definidas no Tempo. “Na sequência, é vital que se responda a sete perguntas essenciais: O que?, Por que?, Quem?, Quando?, Como?, Onde? e Quanto? Isso é vital porque plano sem ação é ilusão. A disciplina de execução é chave. Não basta ter iniciativa, precisa ter ‘acabativa’”.
Por isso, acompanhar regularmente para entender os desvios e oportunidades, aprender com a situação e fazer ajustes é vital. Monitoramento com foco no aprendizado e correções são fatores críticos de sucesso.
Equipes envolvidas no processo
Na realidade, a construção do plano deveria começar com as equipes. Há muito conhecimento do pessoal da linha de frente que precisa ser incorporado ao planejamento estratégico. Hoje, há muitas ferramentas que permitem a construção de um plano de forma colaborativa.
O especialista afirma que a atuação conjunta permite uma melhor compreensão e dá o senso de pertencimento, que faz parte da solução. “A elaboração do planejamento não deve ser algo que fica restrito aos diretores e donos. Quanto mais participativa for a sua elaboração, maior a compreensão e a chance de sucesso. Além disso, a diversidade de ideias e experiências é fundamental, especialmente em um mundo tão volátil, incerto, complexo, ambíguo, inconstante e ansioso”, considera Araújo.
Para o consultor especializado em varejo, fundador e coordenador acadêmico do Núcleo de Varejo e do Retail Lab da ESPM-SP, Ricardo Pastore, o planejamento deve ser exaustivamente praticado o tempo todo. “As empresas precisam aprender a se apaixonar pelos problemas e não pelas soluções porque com os problemas a gente aprende a lidar como atingir aquela meta, como crescer, como melhorar a nossa margem, como atender o cliente e tudo é discutido e contemplado no planejamento.”